
Vivemos na era da informação. Nunca se produziu, compartilhou e armazenou tantos dados como hoje. Para as empresas, isso representa uma fonte riquíssima de valor estratégico. Mas também uma responsabilidade enorme.
A proteção de dados pessoais deixou de ser uma preocupação exclusiva do setor jurídico ou de tecnologia. Ela tornou-se parte essencial da governança corporativa, refletindo o grau de maturidade ética e institucional de uma organização.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor desde 2020, consolidou no Brasil um novo paradigma: as empresas não apenas devem informar seus clientes, colaboradores e parceiros sobre o uso de seus dados, como precisam obter consentimento, justificar finalidades, garantir segurança e respeitar direitos.
Mas cumprir a LGPD não é só “fazer o mínimo”. A lei deve ser vista como uma oportunidade de fortalecer a relação com os titulares dos dados — clientes, fornecedores, funcionários — por meio da transparência, previsibilidade e respeito.
A proteção de dados nas empresas envolve mais do que evitar multas da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados). Está em jogo a reputação da marca, a fidelidade do cliente, a segurança da operação e, em muitos casos, a continuidade do negócio.
Vazamentos de dados, acessos indevidos, má gestão de informações sensíveis ou ausência de políticas claras podem levar a:
sanções administrativas;
processos judiciais;
perda de confiança por parte dos usuários;
impactos financeiros e reputacionais profundos.
Uma estratégia eficaz de proteção de dados deve combinar três frentes: jurídica, tecnológica e cultural.
Mapeamento e base legal
Identifique quais dados pessoais sua empresa coleta, armazena, compartilha ou exclui.
Defina a base legal que justifica cada tratamento (consentimento, obrigação legal, legítimo interesse etc.).
Documentos e políticas internas
Elabore Política de Privacidade, Termos de Uso, Política de Cookies, Termos de Consentimento, cláusulas contratuais de confidencialidade, entre outros.
Revise contratos com parceiros, fornecedores e colaboradores que envolvam compartilhamento de dados.
Segurança da informação
Adote boas práticas técnicas para proteger os dados: controle de acesso, criptografia, backups, firewalls, antivírus atualizados, etc.
Treine equipes para reconhecer e evitar vazamentos ou práticas de risco.
Governança e cultura
Nomeie um encarregado (DPO).
Estabeleça fluxos internos de atendimento a titulares e à ANPD.
Promova ações educativas e crie uma cultura de proteção de dados dentro da organização.
Empresas que tratam os dados de forma responsável inspiram confiança. E confiança, em um mercado saturado de opções, é um diferencial competitivo poderoso.
No Chambarelli Advogados, atuamos para estruturar juridicamente as práticas de proteção de dados nas empresas com clareza, estratégia e adequação à realidade de cada negócio. Mais do que evitar sanções, ajudamos nossos clientes a construir ambientes digitais éticos e juridicamente seguros.
Você sabe o que a sua empresa faz com os dados que coleta?
Talvez esteja na hora de transformar obrigação legal em vantagem competitiva.