As startups são empresas inovadoras que buscam soluções disruptivas para os mais diversos problemas. No Brasil, essas empresas enfrentam uma série de desafios, sendo o jurídico um deles.
Descrevemos abaixo alguns dos principais desafios das startups.
Legislação
Um dos principais problemas é que a legislação não consegue acompanhar, na mesma velocidade, o ritmo de surgimento de novos modelos de negócio. Um exemplo disso é que apenas em 2021 foi sancionado o Marco Legal das Startups, depois de alguns anos tramitando no Congresso Nacional.
Muitas startups acabam atuando sem uma regulação específica, sem saber a qual órgão regulador está sujeita, qual tributo deve recolher, dentre outras dúvidas. O principal problema disso é que gera uma grande insegurança jurídica, o que põe em risco sua sobrevivência e atrapalha até mesmo o acesso a investimento.
Isso pode dificultar a resolução de problemas específico se a proteção de interesses da empresa. Além disso, o sistema jurídico brasileiro é conhecido por ser complexo e burocrático, o que pode ser um obstáculo para as startups, principalmente as de pequeno porte.
Investimentos
Como se sabe, as startups são empresas que precisam de investimentos de terceiros, na medida em que se trata de uma ferramenta fundamental para o seu crescimento e desenvolvimento. As startups, em geral, precisam de capital para investir em pesquisa e desenvolvimento, marketing, contratação de funcionários e outras atividades essenciais para o seu negócio.
Além disso, o investimento de terceiros pode trazer consigo o conhecimento de investidores experientes no setor, o que pode ser muito valioso para uma startup. Muitos investidores têm ampla experiência em diversos setores e podem oferecer orientação e suporte valiosos para a empresa, além de possuírem uma rede de contatos que pode ser importante em uma futura rodada de investimento. É o chamado “smart money”.
Contudo, o acesso a investimento pode ser um verdadeiro problema para a startup. Em primeiro lugar, as startups costumam ter dificuldade em atrair investimento de terceiros, especialmente no início de suas atividades. Isso ocorre porque, geralmente, as startups possuem um modelo de negócio ainda não testado no mercado e, portanto, são consideradas mais arriscadas pelos investidores.
Outra razão pela qual o investimento de terceiros pode ser um desafio para uma startup é a falta de experiência dos fundadores em lidar com investidores. Muitas vezes, os fundadores de startups são jovens e inexperientes e podem ter dificuldade em convencer investidores a investir na empresa.
Por isso, os contratos de investimento precisam trazer proteção tanto para investidores quanto para as startups, além de não onerar financeiramente nenhuma das partes, principalmente no aspecto tributário.
Trabalhista
Mais um desafio é a contratação de funcionários. As startups precisam de profissionais altamente qualificados, mas muitas vezes não possuem recursos para pagar salários altos. Isso pode dificultar a contratação de bons profissionais e afetar a qualidade dos serviços oferecidos pela empresa. Por isso, em geral, possuem equipes enxutas e precisam contratar pessoas com habilidades específicas. No entanto, é preciso tomar cuidado com a legislação trabalhista para evitar problemas jurídicos no futuro.
Outra razão pela qual a área trabalhista pode ser um problema para uma startup é que as empresas inovadoras costumam adotar modelos de trabalho flexíveis, como trabalho remoto ou horários flexíveis. No entanto, esses modelos podem gerar dúvidas quanto às responsabilidades e direitos dos funcionários, o que pode levar a problemas jurídicos.
Além disso, a área trabalhista pode ser um problema para uma startup porque as empresas inovadoras costumam ter um ambiente de trabalho dinâmico e em constante mudança. Isso pode gerar incertezas quanto aos direitos e deveres dos funcionários e levar a problemas jurídicos. Inclusive, recentemente diversas startups precisaram realizar demissões em massa.
Por fim, a área trabalhista pode ser um problema para uma startup porque as empresas de pequeno porte costumam ter orçamentos limitados e, por isso, podem ter dificuldade em cumprir com todas as obrigações trabalhistas. Isso pode gerar inúmeros processos trabalhistas e prejudicar a imagem (e o caixa) da empresa.
Tributação
As startups costumam enfrentar dificuldades financeiras no início de suas atividades e, por isso, podem ter dificuldade em arcar com os tributos devidos. Isso pode prejudicar a saúde financeira da empresa e afetar o seu crescimento.
Outra razão pela qual a tributação pode ser um problema para uma startup é que o sistema tributário é extremamente complexo e burocrático, o que pode gerar dúvidas e erros na hora de pagar os tributos. Isso pode levar a autuações fiscais e multas, prejudicando ainda mais o caixa da empresa.
Além disso, a tributação pode ser um problema para uma startup porque as empresas inovadoras costumam enfrentar uma concorrência acirrada e, por isso, precisam controlar os seus custos para se manterem competitivas. Os impostos podem ser um fator de custo significativo e, por isso, é preciso tomar cuidado com a tributação para não comprometer a saúde financeira da empresa.
Por isso, é fundamental que o empreendedor enxergue a área tributária como uma ferramenta de captar de investimentos. Ao mesmo tempo que uma empresa com a parte fiscal descuidada pode afugentar investidores, uma empresa bem estruturada fiscalmente pode ser muito atrativa para investimentos, pois costuma retornar mais dinheiro para sócios e investidores.
Propriedade Intelectual
Por fim, as startups também enfrentam problemas relacionados à propriedade intelectual. O processo de registro e proteção da propriedade intelectual pode ser demorado e oneroso. Isso pode ser um obstáculo para as startups, especialmente para as de pequeno porte, que possuem orçamentos limitados.
Isso fica ainda mais agravado se levarmos em consideração que as startups são empresas inovadoras e possuem ideias e criações únicas, oque torna a proteção da propriedade intelectual um item de sobrevivência, justamente para proteger de plágio ou do uso não autorizado por parte de terceiros.
Além disso, as startups costumam trabalhar com parceiros e fornecedores, o que pode gerar conflitos quanto ao uso de ideias e criações. É preciso ter cuidado com os contratos e acordos de propriedade intelectual para evitar problemas no futuro.
Conclusão
É importante que as startups tenham acesso a assessoria jurídica de qualidade para evitar problemas e garantir a proteção dos interesses da empresa. Isso pode ser um desafio, já que as startups, em geral, possuem orçamentos limitados e precisam economizar em todas as áreas possíveis.
Em resumo, as startups no Brasil enfrentam uma série de desafios jurídicos que podem dificultar o seu crescimento e desenvolvimento. É fundamental que essas empresas contem com uma assessoria jurídica especializada para minimizar os riscos e garantir o sucesso do negócio.