
A governança corporativa deixou de ser um tema restrito a grandes corporações listadas em bolsa. Cada vez mais, empresas familiares — responsáveis por grande parte do PIB brasileiro — percebem que estruturar regras claras de gestão e sucessão é o caminho para garantir longevidade, profissionalização e preservação do patrimônio.
No entanto, implementar um sistema de governança em uma empresa familiar exige mais do que adotar “boas práticas” genéricas. É preciso compreender a dinâmica única desses negócios, onde os laços de sangue se misturam às decisões empresariais, e onde conflitos silenciosos podem custar mais caro do que qualquer crise de mercado.
A governança corporativa é o conjunto de regras, processos e estruturas que definem como a empresa é dirigida, monitorada e controlada. Em empresas familiares, esse sistema deve equilibrar três dimensões que se sobrepõem:
Família – interesses, valores e expectativas dos membros.
Propriedade – participação societária, direitos e deveres dos sócios.
Gestão – operações do dia a dia, tomada de decisão e liderança executiva.
Esse modelo é frequentemente representado pelo “tripé da governança familiar” e é fundamental para separar papéis, evitar sobreposição de funções e reduzir riscos de conflitos.
O que muitas empresas familiares não percebem é que a ausência de governança não gera apenas “problemas internos” — ela pode afetar diretamente valor de mercado, capacidade de obter crédito e atratividade para investidores ou parceiros estratégicos.
Casos comuns incluem:
Indefinição sobre quem decide e quem executa.
Entradas de herdeiros despreparados na gestão.
Falta de regras para distribuição de lucros ou reinvestimento.
Conflitos societários que travam decisões importantes.
Estruturar a governança antes que esses problemas apareçam é mais barato e menos traumático.
Mapeamento dos sócios e herdeiros
Levantar quem são os atuais e futuros proprietários da empresa, com sua participação e envolvimento no negócio.
Acordo de sócios (ou quotistas)
Documento jurídico que define direitos, deveres, regras de saída, entrada de novos sócios e resolução de impasses.
Definição de conselhos
Criar um Conselho de Família para tratar dos assuntos da família empresária e um Conselho de Administração (mesmo que inicial) para orientar a gestão.
Políticas internas claras
Regras para contratação de familiares, remuneração, distribuição de dividendos e uso de bens e ativos da empresa.
Planejamento sucessório estruturado
Antecipar a transição de liderança, com preparo gradual do sucessor e, se necessário, contratação de gestores externos.
O advogado especializado em direito empresarial e societário é peça-chave para que a governança não seja apenas um “manual na gaveta”. É ele quem estrutura juridicamente os acordos, avalia riscos, garante conformidade regulatória e cria mecanismos para que as decisões estratégicas tenham segurança e eficácia.
No Chambarelli Advogados, aplicamos o método de Arquitetura Jurídica, desenhando a estrutura societária e as regras de governança de forma personalizada, alinhada ao modelo de negócios e à estratégia de longo prazo da empresa.
A governança corporativa em empresas familiares não é um luxo, é uma necessidade estratégica. Começar cedo é o que diferencia empresas que se perpetuam por gerações daquelas que se perdem em disputas internas.
Se a sua empresa familiar ainda não tem um modelo claro de governança, o momento de agir é agora.
Fale com nossa equipe e descubra como estruturar um sistema que proteja o negócio, preserve o patrimônio e fortaleça a relação entre sócios e família.