O que é o Fan Token?
Os tokens de serviço já vinham conquistando seu espaço no universo das moedas virtuais e, agora, também trazem benefícios para os torcedores e sócios de times esportivos.
O Fan Token é um dos novos formatos de investimentos em clubes. É um criptoativo, enfático ao entretenimento, criado pela “Socios.com” através da Blockchain Ethereum, em parceria com clubes futebolísticos.
O ativo visa conceder ao torcedor de seu respectivo time a oportunidade de participar das decisões e ações no dia a dia do clube, que serão escolhidas e disponibilizadas pelo setor de marketing do grupo, como por exemplo:
- votação no design de uniformes;
- escolher a trilha sonora em comemoração de gols;
- envio de mensagens motivacionais aos jogadores;
- votação no melhor jogador da partida ou da temporada;
- indicação e contratação de jogadores;
- manutenção do clube, entre outros.
Além disso, serão concedidos aos torcedores que possuírem o ativo algumas recompensas, como visitas ao centro de treinamento, produtos colecionáveis, ingressos grátis ou acesso ao camarote estilizado do estádio e até descontos maiores que o convencional em produtos do time.
Quais clubes no Brasil disponibilizam o Fan Token?
No Brasil, alguns clubes, entre os principais do Brasil, já ingressaram no mercado de ativos digitais, com a promessa de revolucionar e contribuir com o time do coração.
O Atlético-MG foi responsável por ser o primeiro a anunciar a entrada no mercado digital, através da parceria com a Chiliz (Socios.com). Após o anúncio do lançamento do ativo ($GALO) no valor de U$2 cada, o clube registrou a venda total das 850 mil unidades que foram disponibilizadas, gerando em seus cofres pouco mais de R$ 4 milhões.
No Estado de São Paulo, o Corinthians saiu na frente dos rivais locais. Ainda no lançamento, os torcedores esgotaram a venda das unidades disponíveis do token ($SCCP), em apenas duas horas, o que gerou cerca de R$ 8,8 milhões ao clube.
Acompanhando os passos de Atlético e Corinthians, outros clubes também entenderam a necessidade de adentrar ao mercado digital e proporcionar essa experiência ao seu torcedor, são eles:
- Flamengo ($MENGO)
- Palmeiras ($VERDAO)
- Botafogo (Fan Token Botafogo)
- São Paulo ($SPFC)
- Internacional ($SACI)
- Vasco (Vasco Token)
- Cruzeiro (Fan Token CRZ)
- Coritiba (Coritiba Token)
- Entre outros clubes que ainda estudam para adentrar ao mercado.
Vale ressaltar que Vasco, Cruzeiro e Coritiba, por sua vez, prometem através do mecanismo de solidariedade da Fifa, permitir retorno financeiro aos torcedores, através da venda de atletas.
Como adquirir o token?
Para adquirir os ativos digitais, os torcedores precisarão gastar dinheiro de verdade, seja euro, dólar ou real e fazer o cadastro em uma corretora de criptoativos, que ofereça os tokens desejados.
Para participar da oferta inicial com descontos promocionais e preços mais baixos, concedido pela Socios.com, é necessário primeiro comprar a criptomoeda da Chiliz, para então trocá-la pelo token escolhido.
Após serem lançados na chamada oferta inicial de Fan Token, a FTO (Fan Token Offering), os tokens poderão ser revendidos no mercado secundário, semelhante ao que acontece na Bolsa de Valores.
A data de lançamento, o encerramento e o valor inicial dos tokens são determinados pelos clubes. Porém, após o FTO, os preços estão sujeitos a variação, de acordo com a relação entre oferta e demanda. Vale destacar que o torcedor não pode revender seu Fan Token, até que a votação proposta pelo time, como por exemplo, a escolha de uma terceira camisa, não seja finalizada.
De qual forma os clubes lucram?
Após a parceira disponibilizar os tokens para a venda, acontece a primeira emissão (FTO). Nesse início, pode ocorrer a variação dos criptoativos que estão livres no mercado. A exemplo do Brasil, o padrão tem sido de 850 mil tokens, com um custo de US$2 cada.
Tanto nessa emissão inicial, quanto em todas as vezes seguintes em que o Socios.com colocar tokens novos no mercado, o clube terá direito a 50% do valor.
Porém, assim como na bolsa de valores, o valor da unidade, está sujeita a variação. Toda vez em que usuários realizarem transações de tokens entre eles, o clube terá direito a 0,25% do valor.
À medida que o valor do Fan Token aumenta, por qualquer motivo que gere mais demanda, como a contratação de um jogador ou uma ativação inventiva, podem eles arrojar ainda mais o mercado com os ativos.
Pode ser utilizado como um investimento?
São muitas as semelhanças entre esses criptoativos e as modalidades de investimentos tradicionais. As variações do valor de mercado dos tokens podem suceder num possível lucro. Contudo, a empresa responsável pela criação dos tokens, enxerga os ativos como uma espécie de “sócio torcedor” com upgrades, como afirma o CEO da Socios.com:
“Não é nosso trabalho no Socios.com promover um investimento que vise lucro. Nós promovemos a utilidade do token. Há pessoas que estão comprando e vendendo tokens? Sim. Claro. Nós não promovemos, nós não encorajamos, mas há. Há pessoas comprando e vendendo tênis, mas o propósito de um tênis ainda é andar com ele. Assim como o fan token. O propósito do fan token é usá-lo, usar os benefícios dele” – diz Alexandre Dreyfus.
Existe algum risco para os torcedores que desejam adquirir o ativo?
Como citado no tópico acima, os Fan Tokens, não são recomendados para um possível tipo de investimento, como os que são realizados com as criptomoedas.
Ainda assim, é provável que torcedores se sintam motivados a comprar os criptoativos de olho em uma possível valorização e revenda.
É de suma importância que o consumidor compreenda que o token só terá alguma utilidade e valor, enquanto as ações disponibilizadas pelo clube forem organizadas.
Na hipótese de o contrato entre clube e parceira terminar e não ser renovado, as enquetes deixam de acontecer, e os ativos perdem subitamente seu valor. Assim como, se os dirigentes decidirem não mais realizar serviços por meio da plataforma.
Ou seja, o risco dirá a respeito do modo que o token será utilizado, caracterizando a responsabilidade única e exclusiva do consumidor.