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Negociação de Dívidas Empresariais: Por que esperar a execução pode custar o dobro?

17/06/2025

Alana de Castro Barbosa

Para muitas empresas, o enfrentamento de dívidas é uma realidade que faz parte do ciclo natural dos negócios. Oscilações de mercado, redução de receita, aumento de custos operacionais e crises econômicas inesperadas podem levar qualquer organização a situações de inadimplência. No entanto, o grande erro de gestão não está apenas em contrair dívidas, mas em postergar a tomada de decisão sobre como administrá-las.

Esperar que o credor inicie uma execução judicial parece, à primeira vista, uma estratégia de contenção de caixa. Contudo, na prática, adiar a negociação pode significar um aumento exponencial dos custos envolvidos.

O efeito multiplicador da execução judicial

Quando uma dívida chega à fase de execução, o passivo financeiro da empresa passa a incluir uma série de encargos adicionais. Entre eles:

  • Juros de mora acumulados durante o período de inadimplência.

  • Multas contratuais ou legais.

  • Honorários advocatícios de sucumbência, muitas vezes fixados entre 10% e 20% do valor da causa.

  • Custas e despesas processuais.

Além disso, a própria dinâmica da execução judicial cria bloqueios operacionais que podem paralisar a empresa. Bloqueios de conta bancária via BacenJud, penhora de faturamento e constrições patrimoniais são medidas que, na maioria das vezes, surpreendem o empresário justamente nos momentos de maior fragilidade financeira.

Negociação preventiva: uma estratégia de preservação de caixa

Negociar antes da judicialização permite condições muito mais favoráveis. O ambiente extrajudicial proporciona maior flexibilidade para as partes estabelecerem prazos, descontos e condições de pagamento alinhadas à capacidade financeira da empresa.

Em muitas situações, é possível obter:

  • Redução significativa de juros e multas.

  • Alongamento de prazos com parcelamentos sustentáveis.

  • Suspensão de medidas restritivas mediante garantias alternativas.

  • Possibilidade de transações com descontos expressivos em dívidas tributárias e cíveis.

O custo invisível da procrastinação

Há ainda um custo indireto que muitos gestores negligenciam: a perda de capacidade de negociação com fornecedores, instituições financeiras e investidores. Uma empresa que passa a responder por diversas execuções públicas sofre impactos em sua reputação de crédito, o que pode dificultar acesso a novos financiamentos ou contratos comerciais.

Além disso, o tempo que a equipe interna e o jurídico gastam para administrar múltiplos processos judiciais poderia estar sendo investido em estratégias de recuperação e crescimento.

A importância de uma assessoria especializada

Cada situação de passivo exige uma análise estratégica personalizada. Não existe solução única que sirva para todos os casos. Avaliar a composição do passivo, a natureza dos credores, os riscos de litígio e as melhores táticas de negociação demanda o suporte de um escritório com experiência em gestão de passivos empresariais.

A construção de uma estratégia bem fundamentada, com previsibilidade de impacto no caixa e análise de riscos jurídicos, é o primeiro passo para transformar um cenário de crise em uma oportunidade de reorganização financeira.

Conclusão

A decisão de adiar a negociação de dívidas pode parecer uma forma de ganhar tempo, mas na realidade, pode ser um fator de multiplicação de custos e riscos. A experiência mostra que empresas que buscam soluções preventivas, antes da judicialização, não apenas reduzem seus passivos, mas também preservam liquidez, reputação e capacidade de retomada.

Se a sua empresa enfrenta um cenário de passivo crescente, talvez o melhor momento para agir seja agora.

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